Sobre as catástrofes naturais...

As catástrofes naturais, já sabemos, são tão antigas quanto a vida. Pois antes da vida (cabe aqui uma incógnita), as ocorrências climáticas, geológicas, as reações químicas eram, como eu já disse, ocorrências apenas.

Catástrofe é como definimos um acontecimento que resulta em grande prejuízo em vidas ou nas vidas das criaturas.

Pois bem; os eventos naturais sempre existiram. E se hoje eles trazem algumas vezes, grandes transtornos a homens, animais e plantas, foi também através destes mesmos eventos que se criaram as condições para o surgimento de tudo que é vivo. É um paradoxo. Uma ironia. Mas não me parece que seja um sinal dos tempos ou o armagedom, como algumas pessoas fantasticamente insistem em anunciar. O mundo não está inerte. O universo não está inerte. E se o planeta treme e vibra e oscila, é justamente porque cumpre um ciclo e sempre sofrerá mudanças até que desapareça. Daí as ocorrências, reações, ciclos, eventos, seguirão se sucedendo no universo, até que condições propícias ressurjam e a vida retorne, prossiga. Se a vida é o objetivo do universo ou se eclode incidentalmente em seu interminável curso, é um mistério. Me parece mais lógico crer que haja propósito na vida. Mas mesmo que não haja razão específica para ser, para existir, “somos e existimos”. A existência nos é preciosa. A vida nos é preciosa! Defendê-la, amá-la, deve ser a nossa prerrogativa.

É preciso lembrar que a vida é a própria natureza. Ela nos oferece todos os meios para a nossa existência e também alguns riscos para ela. Devemos respeitá-la, protegê-la. Devemos reconhecer sua grandeza e seu poder, não só nas grandes tragédias, mas também e principalmente nas pequenas dádivas. O nosso destino enquanto espécie não deve ser diferente do destino dos demais seres. Devemos sentir com o a devastação das áreas selvagens o mesmo impacto que sentimos com a destruição das áreas humanas. Pois a decadência da fauna e da flora,será também a nossa decadência. Talvez não possamos conter os terremotos e tsunamis; mas podemos sim conter as queimadas, as derrubadas, a poluição, e prolongar ao máximo a parte que nos cabe neste ciclo universal.