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Mostrando postagens de setembro, 2017
   No meu sonho eu movia potes de vidro com o poder da minha mente no chão lustroso. Eu era criança, eu acho. Ou talvez só bem mais jovem. Mas o contexto do sonho era este: eu deitado de costas no sofá velho que ficava na sala-cozinha da pequena casa de madeira onde eu gastei grande parte da minha vida, movendo potes de vidro com a mente; perto das brancas e gordas pernas desenhadas com varizes. Ela estava de pé em frente ao fogão, cozinhava algo e nem me olhava. Ela não era a protagonista do meu sonho; mal me notava e eu mal notava ela. Eu apenas brincava com meus poderes enquanto ela cuidava do seu fogão. E isso era verdade. Ela foi como uma mãe pra mim, por muito anos e era comum eu estar na sua casa ocupando espaço, sem motivos. Brincando com os filhos dela com quem eu cresci. Eu podia estar lá, tão bem vindo quanto em casa. No sonho, ela me olhou uma vez como se conferisse se minha travessura não ia longe demais. Ela estava maquiada, o que não era muito comum. Sua cabeleira estava