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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Julio, os ratos e os demais fantasmas cantantes do sótão

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  Estou com um problema sério de ratos aqui em casa.  Como eu defino se um problema é sério? Se não me deixa dormir, é sério.   Pois bem, este sério problema me fez arregalar os olhos antes das cinco da manhã. Não era a  primeira vez que eu havia  notado a presença de roedores na casa, mas desta vez, misericórdia! a folia tava grande. Eles desceram do sótão, entraram minha cabeça, invadiram meu sono e já estavam roendo até os alicerces da minha sanidade.   Fiquei por algum tempo tentando retomar o sono, enquanto inventava ratoeiras meio ridículas na minha cabeça. Meu vô fazia isso. Não imaginava apenas, mas construia. Ratoeiras como gaiolas para pegar as pragas no galpão de ferramentas e depois afogá-las num tanque. Lembrei dele evidentemente. E tomado por está fúria herdada, o único bem que me restou deste inventário, e meio que me sentindo uma cópia orgulhosa do vô, levantei num pulo: " Agora esses filho da puta me pagam!"   Na real, eu nem sabia o que iria fazer, mas n

No limiar da guerra

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    Dizer simplesmente que sou contra a guerra ou o confronto não define exatamente a minha postura. Na verdade a minha aversão é mais profunda. Tenho horror! tenho verdadeira fobia dos conflitos dessa natureza.    Mas tem uma observação importante a ser feita. As Guerras moldaram as sociedades, determinaram fronteiras e garantiram direitos, bem como os anularam, algumas vezes. Mas enfim, a guerra é a linguagem final. É o argumento que se usa quando todas as negociações já falharam. Talvez, levando em consideração as nossas limitações diplomáticas, a guerra seja inevitável. Eu disse TALVEZ! Contudo, eu sei bem que lugar estaria reservado para mim na história no caso de uma guerra iminente: eu seria aquele que foge. Que se nega. Que se esconde. Eu não iria à guerra. E se a guerra chegasse até mim, eu não pegaria em armas a menos que tomado por tal instinto insano que me privasse da racionalidade. Racionalmente eu diria não. Se sou um covarde? Bem possível que sim. Pois embora o que

Médicos, skatistas e passistas

Não é novidade que práticas saudáveis também previnem doenças. Entretenimento e esporte, por exemplo. A sociedade precisa estar atenta (mais atenta) aos seus doentes e obviamente precisa estar zelosa para com aqueles que estão inseguros e vulneráveis.  Mas a sociedade precisa reconhecer  a nossa humanidade que é por fim o que nos define. Precisa atender aos nossos desejos , anseios... nossa necessidade de expressão através da arte, do esporte. Como são equivocadas as pessoas que acham que a solução para os problemas estruturais da comunidade passam por coibir a prática esportiva ou artística. Já dizia a música: " A gente não quer só comida; a gente quer comida diversão e arte...A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte!"   Certamente eu  compreendo esta gente que perdeu um ente em um assalto, ou cujo filho doente que não teve atendimento num posto de saúde e revoltado, acha que um desfile de carnaval ou uma pista de skate são coisas ridículas, desne

Labirinto

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  Acho que harmonia é o ideal da existência. E sendo assim, é também o ideal de qualquer relação interpessoal... em diversos níveis. O mais coerente é crer que a harmonia seja um ponto em que se chegue através da evolução, da expansão do conhecimento e do alcance da verdade. A verdade sobre as coisas e sobre as pessoas.    Percebo então que a harmonia como ideal da existência (felicidade, se preferir), pode  ser  o resultado obtido quando trilhamos sem desvios por um um caminho reto, que descarta mentiras, ilusões, confusões e enganos.    Milhares de fatores podem se colocar entre o lugar em que estamos e um ponto harmônico. As principais delas, as mais comuns ao nosso cotidiano, são tão óbvias que chegam a ser manjadas: o preconceito, a ignorância, a mentira, a ilusão. Estes vilões bem conhecidos que levam ao desapontamento, desconfiança, medo.    O quê nos leva a estranhar o outro e a nós mesmos? Ideias mentirosas ou verdades muito simplificadas? Talvez não haja diferença entre am