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Mostrando postagens de outubro, 2018

Maus Perdedores que Somos.

Olha, doeu um tanto e ainda não curou! Ainda não sabemos bem o que fazer com o ressentimento. A gente não tinha preparado um discurso para a derrota mesmo quando a derrota já era anunciada. Nós, do lado de cá, somos assim: sonhadores iludidos; naquele grau patético que aborrece os realistas. Somos essa gente esquisita que se aconselha em poesia, abraça árvore e aplaude pôr-do-sol. Não somos práticos e preferimos não acreditar nos números. Tínhamos um outros elementos a considerar: o tal humanismo, a tal caridade. Afinal, vivemos na bolha, não é? Somos os ursinhos da nuvem rosa e, obviamente, o mundo é mais deles do que nosso. E, sim, existem nós e eles. Lição amarga. "Nós e eles, até na mesa de jantar." Admito, sobretudo, os maus perdedores que somos. Não apertamos ainda a mão do adversário, agradecendo pelo bom combate... até porque não houve bom combate; teve muito golpe baixo e jogo sujo, dos dois lados. Foi final de gauchão com grenal, sem charme ou técnica.  Xingamo

Vamos cuidar uns dos outros!

Ao fim da apuração, eu segurava a cabeça com as duas mãos. Eu não chorei mas mas quando os fogos começaram, me deu um nó!  Achei mais sentido em sair e assistir a comemoração do que ficar amargurando tantos pensamentos em casa. Quem sabe eu visse algo inspirado ou quem sabe eu simpatizasse com algum dos vencedores... "Não esquenta a cabeça e te cuida!" disse minha mãe; "Vida que segue!" Fui para o centro caminhando. Seria uma hora de caminhada e isso me pareceu bom: esfriar a cabeça e me forçar desde já o exercício da minha liberdade, a reafirmação do meu espaço, da minha presença e da minha permanência, apesar dos pesares. Tem um cãozinho na casa da minha mãe. Apareceu um certo dia e por lá ficou. Ganhou água e comida e decidiu não ir mais embora. Ele tem a mania de seguir a gente pela rua e eu sempre o enxoto; ralho com ele, jogo pedras...; Ele desvia, recua, desiste. Ontem eu percebi que ele me seguia desde que saí pelo portão. Mas no meu desânimo não tive f
Eu digo para toda essa gente boa que tá sofrendo: "olha na face do teu opositor como a um espelho!" e perceba se você não se tornou ele ainda. Examine-se! Suas reações, suas irritações...seu discurso! Veja se o que te move não parece com ódio... Quem é bom sofre. Os maus já estão insensíveis. Sofra, mas não se torne mau! Pare de confrontar, de insistir, de lutar! O teu caminho não é o do conflito! Tu nada pode contra a violência do outro, deixe-a pra lá! trate de dominar a tua. Tu pode salvar muita gente se primeiro salvar a ti mesmo da tua própria treva. Tu entrou na guerra para perder e Vai... A guerra não é para ti! Ela é o teu oposto. Tu é artista; tu é professor; tu é um curador... que cura os outros, o mundo e a ti mesmo. Pelo amor! Deixa que o outro destrua o que lhe ocorrer destruir... não brigue com a natureza dele. Apenas age de acordo com a tua e salva o que for possível salvar, reconstrói o

Das mais belas flores

Se pudessem o lirismo e a poesia intervirem com doçura nas asperezas de nossos rudes conflitos em causas tão inconciliáveis Eu, ao invés de trocar doídas farpas em debates estéreis com quem um dia tive carinho e apreço, apenas, cantando, encheria o seu cu com o caule das mais belas flores!