Ao fim da apuração, eu segurava a cabeça com as duas mãos. Eu não chorei mas mas quando os fogos começaram, me deu um nó! Achei mais sentido em sair e assistir a comemoração do que ficar amargurando tantos pensamentos em casa. Quem sabe eu visse algo inspirado ou quem sabe eu simpatizasse com algum dos vencedores... "Não esquenta a cabeça e te cuida!" disse minha mãe; "Vida que segue!" Fui para o centro caminhando. Seria uma hora de caminhada e isso me pareceu bom: esfriar a cabeça e me forçar desde já o exercício da minha liberdade, a reafirmação do meu espaço, da minha presença e da minha permanência, apesar dos pesares. Tem um cãozinho na casa da minha mãe. Apareceu um certo dia e por lá ficou. Ganhou água e comida e decidiu não ir mais embora. Ele tem a mania de seguir a gente pela rua e eu sempre o enxoto; ralho com ele, jogo pedras...; Ele desvia, recua, desiste. Ontem eu percebi que ele me seguia desde que saí pelo portão. Mas no meu desânimo não tive f
Comentei com um amigo uns dias atrás que eu tava me sentindo o Grinch. As coisas do Natal estavam me irritando um pouco(muito!); Mas não é novidade que desde que entrei na vida adulta, eu meio que brigo com meus sentimentos no Natal. Brigo para não exagerar no ceticismo e, embora eu não veja outra razão em datas senão a de nos situar no tempo, eu não tente explicar a cada Natal que o dia sequer corresponde ao aniversário real do Cristo, que não faz sentido decorações de neve em dezembro cá nos trópicos e que o Papai Noel é só o cara que a Coca-Cola vai conseguir substituir pela família de ursos polares nos próximos anos. Mas eu gosto de festa, de churrasco, de família, de gente... de forma que remedio o meu mau humor natalino para confraternizar, rir, comer, beber... Mas meu coração insiste em não esquecer que Papai- Noel é um velhinho que quase nunca vem, que Cristo é um coadjuvante na própria festa e que, por algum motivo eu me sinto mais pensativo e solidário no dia do índio
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