Um Exercício de Tolerância


  Deus sabe o quanto me irritei com efeito do "Pókemon Go" nas pessoas. Minha irritação foi sincera  e forte. Me irritei porque muitos amigos aderiram ao jogo e o tal jogo não me interessa. E agora ele está entre mim e os planos que eu tinha de diversão. Pois eu tendo a achar que o meu modo de diversão é o melhor. Neste caso específico, me pareceu mais grave. Eu preciso lidar com o interesse do qual eu não irei compartilhar e já que não me interessa, me exclui; e  eu não consigo  tolerar.Conclusão:"eu sou intolerante!"
 Pois é; isso me bateu agora como um soco. Este tipo de pessoa que eu sou capaz de ser. Por mim, todos os meus amigos falariam só de música, filosofia, religião e as coisas que eu acho que importam.
   Notei que o Pókemon Go repetiu uma incidência de uma época em que todos os meus colegas de trabalho queriam jogar "CS" no intervalo do almoço. Eu sentia que aquilo me prejudicava, pois eu queria estar no centro de uma conversa. Eu queria determinar qual era a melhor maneira de gastarmos o tempo livre. E nisso costumo ser extremo. Amo e odeio com muita intensidade.
   Talvez por isso, esteja agindo exatamente da maneira que agem as pessoas que eu condeno. Eu estou profundamente afetado pelo fato de os outros não fazerem ou não serem o que eu espero. E não estou tendo nem a grandeza de procurar outras pessoas ou me inserir em outros grupos, serenamente. Ao invés disso, eu fico em volta criticando, achando argumentos para dizer que tal coisa é absurda ou não vale a pena.
   Melhor do que gastar energia me preocupando com os monstrinhos virtuais que, não sem algum motivo, tem um significado ou uma importância que eu não sou capaz de compreender ou compartilhar, seria eu me preocupar com estes outros monstrinhos:  a infantilidade, crueldade, o julgamento... Esses sentimentos que me fazem condenar o comportamento alheio. Coisa que não tenho o direito. Tenho direito de não gostar, de não aprovar. Posso achar um fenômeno social tecnológico normal ou um grande golpe da indústria do entretenimento. De criar teorias sobre benefícios ou malefícios futuros; mas não importando por ora em como será o futuro, no presente, tenho apenas que admitir que o tal jogo tá fazendo algumas (muitas) pessoas felizes. E da felicidade do outro o outro é que sabe, e não eu. Tenho que ajoelhar e pedir perdão à "Preguiça Sagrada do Deboísmo."
Ainda não gosto do Pokemon Go, mas e daí?... Milhões de pessoas gostam.
  É um baita exercício isso, não é?... Aceitar as outras pessoas e as coisas que elas gostam. Aceitar o que elas são de fato e não o que gostaríamos que elas fossem.
  Tenho grupos de interesse a que pertenço e outros que não. O importante é aprender a transitar entre eles. me aproximar e me afastar...sem raiva ou conflito.
  Bandeira branca, Pikachu!

 
 

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