A essência.
O amor é tudo o que dói. É tudo o que cura.
Eu queria amortecer esta pequena angústia antes mesmo de abrir os olhos. Juntei o que era palpável entre tudo que eu sentia. E tudo o que eu sentia era o amor... desamor, não amor, amor puro, amor lascivo, amor pleno, amor decadente, amor rebelde...
Nos livros de Tolkien, os elfos são seres elevados, sábios, luminosos....os orcs são seres selvagens, cruéis, obscuros. Menciona-se em alguma parte que os orcs são uma espécie de elfos desgraçados pelo mal.
Assim fazemos com o amor , que é a a base do que somos: o deformamos, o corrompemos. Até ódio é um amor doente. A ganância é o amor por coisas. O vício é o que tenta preencher lacunas que o amor não ocupa. O egoísmo é o amor que não olha para o outro.
Fiquei deitado na cama pensando em qual tipo de amor me dói e como fazer parar de doer.
Percebi que o amor que me dói mais é a saudade. Mas a saudade é apenas a dor de hoje, que me linca com outras dores mais profundas. Sinto saudade porque um dia eu quis buscar uma coisa que não estava perto; eu quis sanar a dor da ausência... a solidão. Era por certo, um certo amor que me faltava. Mas existe o amor certo ou o que existe é uma forma certa de amar?
No fundo eu só quero entender este elemento que nos move e que nos trava. Minha melhor pista é que este elemento seja o amor. E sendo o amor a matéria-prima de todo sentimento, bom e ruim, o que eu quis e quero, enfim, não é encontrar algo, mas entender a equação do amor. Onde ele se resolve e flui. Onde ele é benéfico. Onde me faz feliz.
É muito para se entender, eu sei. E creio que modelar o amor para o bem seja um trabalho diário, contínuo.
A gente deposita todas essa profusão de coisas no peito, mas acho que é na mente que a gente começa a promover a limpeza.
A saudade é o amor acostumando-se em não ter. A solidão é o amor carecendo de conexões. A ausência é o amor que não olha ao redor...mas é tudo amor, sabe?
Eu sei que temos amor de sobra. Nos falta é dominar a alquimia que vai reverter qualquer dor em puro ouro.
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