É dia dois de janeiro e eu já escolhi minha imagem favorita da virada 2017-2018. Alguém postou a foto sem os créditos. Eu achei linda e quis postá-la na minha timeline. Descobri que a foto de Lucas Landau, tirada na praia de Copacabana, foi publicada na página do jornal "O Globo" hoje cedo. Para não escapar à regra de tudo que se publica, gerou polêmica. "Quem é o menino? Qual a sua situação? Por que se deduz que é pobre, abandonado ou marginalizado?..." Eu, apenas achei esteticamente bonita e pessoalmente tocante, pois me  me fez lembrar da minha própria infância. A infância de um menino pobre: eu, não o da foto. Não sabemos muito do menino ainda mas, verdade ou não, ele inevitavelmente representa o que sua pele deixa interpretar. Ele pode não ser o menino pobre e marginalizado, mas faz pensar nos meninos pobres e marginalizados. Faz pensar em quem aprendeu a assistir as festas de fora, a sentir o cheiro das ceias sem prová-las, a ser invisível entre multidões. Méritos ao fotógrafo, pois existe algo verdadeiramente sensível em fotografar o invisível. Ainda seria uma foto linda se fosse um menino loiro. Sem muito significado ou surpresa. Meninos loiros sempre protagonizam fotos de festas e viradas. Contudo, como eu falei antes, gostei primeiro da estética da foto e talvez a publicasse mesmo que fosse o pequeno Macaulay Culkin olhando os fogos, com os meus desejos de um feliz 2018. Mas o fato é que o menino é negro e isso me traz mais significado; em primeiro pela identificação que senti e em segundo pela possibilidade de contextualizar com toda a questão social, racial e midiática. Eu acho perfeito que possamos ver fotos bonitas, sou um apaixonado! Mas é genial quando uma coisa bonita pode ser também útil para estimular uma discussão tão ampla por novos ângulos.
  Quanto ao menino e ao fotógrafo, espero que ambos tenham um 2018 excelente.

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