TAÍ TEU TEXTÃO!


Acho que foi no dia do aniversário do Juan que  tu reclamou sobre eu ter dedicado um textão de felicitações para ele. Texto que na minha opinião nem era tão grande, posto que existem tantas coisas boas pra se dizer à respeito daquele colombianinho querido.
 Tua queixa foi mais especificamente porque no teu aniversário só te mandei um áudio do whatsapp (achei que bastava, já que tu tinha feito o mesmo pra mim no ano anterior). O caso é que me dei conta de que tu valoriza muito isso: receber boas palavras, ser mimado um pouco... mas quem não gosta, não é?
Eu não liguei na época e, sinceramente, não ligo agora. Aniversários podem ser legais nesse sentido, mas não são as únicas ocasiões possíveis para se escrever para alguém e, se bem me lembro, no teu em que eu ainda estava em San Diego, por algum motivo, acho que o afastamento, não geográfico mas afetivo que às vezes a gente tem mesmo com quem costuma amar muito, eu só não senti que queria sentar e te escrever qualquer coisa. Até porque sempre te disse tudo que importava em qualquer ocasião.
Em suma, eu não sinto que te devo nada e tão pouco acho necessário documentar nada da nossa amizade que já tem tanto registro. Mas acontece que tô aqui no teu ap, sozinho e remoendo muitas outras coisas na minha cabeça e, quando sentei para ordenar as ideias e escrever um pouco para ver se meu peito acalma  e se essa asia me abandona de vez, senti meu pensamento sendo sugado para o lado escuro de novo.
 Eu tô com essa nuvem me rondando ( tu sabe do que eu tô falando) e eu preciso afastá-la a qualquer custo porque não me serve ficar voluntariamente sob esta sombra. 
Mesmo assim, eu precisava escrever, porque escrever é o ritual em que eu mesmo me exorcizo, me purifico...
É ruim que tu não esteja aqui agora. Hoje faria toda a diferença tua companhia. 
Quando foi que eu me tornei esse cara razoável que não chantageia mais os amigos para que fiquem comigo quando eu tô mal? Pois é, ser uma pessoa melhor é bem uma bosta.
 Enfim, de onde eu to sentado eu vejo as tuas pantufas de vovozinho, tuas roupas por dobrar e uma certa bagunça generalizada da qual tu estaria reclamando se estivesse aqui, então faz sentido que eu escreva para ou sobre ti, ao invés de escrever sobre o que está me afligindo; pois eu não vou descer de novo para essa vereda escura. Prefiro muito mais virar meu rosto pra luz e, por agora, amigo, tu é minha luz, sabe? Tu é e tem sido minha estrelinha brilhante nessa hora escura e talvez nem saiba (a analogia é gayzíssima mas explica com perfeição). Não vou mentir; antes de eu voltar e mergulhar neste dramalhão, eu tava preocupado era contigo. Nas nossas conversar online tu parecia descontente, ansioso, infeliz algumas vezes... mesmo quando tudo parecia estar nos trilhos. Quando cheguei, para minha surpresa, vi que tu estava ótimo, animado e até (para o padrão Lucas Katsurayama) bem disposto. Interessante, né? Nessa hora em que me sinto bamboleante, eu te tenho como um pilar (veja que ironia, um pilar branquinho e magrelo desses) no qual eu me apoio. Sou muito grato por isso, fique ciente. Obrigado por me dar descanso de todo esse estresse no meio do teu abraço. Obrigado por me incluir no teus planos e planejamentos e o obrigado por ser e existir fisicamente, porque a tua simples presença me traz uma paz. Lembro que quando eu tava fora era boa e também era um pouco sofrida a nossa interação virtual, mas agora quando tu tá perto de verdade ao alcance da mão é muito demais....e não esquecendo: Foda-se! por não estar aqui num dos mais angustiantes momentos da minha vida. um grandioso FODA-SE!
Aff, nuvenzinha, vai embora! A intenção era só escrever coisas boas...
Bom, seguindo na vibe queridona então, eu confesso que achei muito sem pé nem cabeça quando tu me disse que entendia porque tu valorizava tanto a minha amizade mas não entendia porque eu valorizava tanto a tua. Nunca pensei que tu fosse capaz de ser tão burro...na real, talvez já tivesse tido um insight ou outro; mas nunca achei que chegasse ao ponto de precisar te enumerar as qualidades raras que eu vejo em ti e a empatia meio inexplicável de me reconhecer tão exatamente em alguém tão diferente, sei lá! Talvez isso seja só aquela famosa má função do cérebro de quem ama demais, e eu te amo uma grandeza! Bem mais do que antes, coisa que parecia improvável. É um prazer matar a saudade de ti todo dia, o que torna plenamente suportáveis as tuas chatices. É um prazer inexplicável te levar até a parada mesmo neste frio nojento. É um prazer dar um último "salve" pela janela do bus... as coisas ridículas e preciosas que eu acho bobas mas que me alegram.
Na real, eu nem sei se eu estou melhor do que tava antes mas sabe, sobre este outro tema mais sombrio que eu tô evitando, é bom ter certeza de que eu posso verbalizar tudo o que eu sinto em tempo e para ti... Que a vida permita que eu possa sempre abrir o coração assim para cada pessoa que eu amo e que cada um possa estar ciente desse amor assim como tu está. É isso

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