Maus Perdedores que Somos.
Olha, doeu um tanto e ainda não curou! Ainda não sabemos bem o que fazer com o ressentimento. A gente não tinha preparado um discurso para a derrota mesmo quando a derrota já era anunciada. Nós, do lado de cá, somos assim: sonhadores iludidos; naquele grau patético que aborrece os realistas. Somos essa gente esquisita que se aconselha em poesia, abraça árvore e aplaude pôr-do-sol. Não somos práticos e preferimos não acreditar nos números. Tínhamos um outros elementos a considerar: o tal humanismo, a tal caridade. Afinal, vivemos na bolha, não é? Somos os ursinhos da nuvem rosa e, obviamente, o mundo é mais deles do que nosso. E, sim, existem nós e eles. Lição amarga. "Nós e eles, até na mesa de jantar." Admito, sobretudo, os maus perdedores que somos. Não apertamos ainda a mão do adversário, agradecendo pelo bom combate... até porque não houve bom combate; teve muito golpe baixo e jogo sujo, dos dois lados. Foi final de gauchão com grenal, sem charme ou técnica. Xingamo...