Julio, os ratos e os demais fantasmas cantantes do sótão
Estou com um problema sério de ratos aqui em casa. Como eu defino se um problema é sério? Se não me deixa dormir, é sério. Pois bem, este sério problema me fez arregalar os olhos antes das cinco da manhã. Não era a primeira vez que eu havia notado a presença de roedores na casa, mas desta vez, misericórdia! a folia tava grande. Eles desceram do sótão, entraram minha cabeça, invadiram meu sono e já estavam roendo até os alicerces da minha sanidade. Fiquei por algum tempo tentando retomar o sono, enquanto inventava ratoeiras meio ridículas na minha cabeça. Meu vô fazia isso. Não imaginava apenas, mas construia. Ratoeiras como gaiolas para pegar as pragas no galpão de ferramentas e depois afogá-las num tanque. Lembrei dele evidentemente. E tomado por está fúria herdada, o único bem que me restou deste inventário, e meio que me sentindo uma cópia orgulhosa do vô, levantei num pulo: " Agora esses filho da puta me pagam!" Na real, eu nem sabia...